19 de dezembro de 2008

décimo sexto

O natal está à porta. Sem me aperceber, o tempo foi chegando de compras, trânsito e senhores gordos vestidos de vermelho. Mas, felizmente, onde estou não se sente o tal espírito. O calor é de Verão, os hábitos mantêm-se de floresta e de rio e a única pista que surge de algum acontecimento importante é a ausência de cada vez mais elementos cá em casa. Cozinhar para seis e não para onze faz alguma diferença. E, ao ritmo de um ou dois por dia, em breve seremos só as quatro. As últimas a partir.

Confesso que desde há muito não aprecio a época. A obrigatoriedade ainda mais acentuada que o verbo “comprar” assume durante o mês de Dezembro irrita-me. Este ano, no entanto, chegarei de longe. Não acredito em Deus mas levo uma imensa vontade de casa, de família e de ouvir falar português. Assumidamente sem dinheiro para presentes – uma que outra graça, pelo prazer de levar algo de um país diferente – sinto-me também liberta da parte feia da questão. Posso estar aqui tranquila, dedicar-me ao costume e fazer de conta que o mundo lá fora, por enquanto, não existe. Aproveito para perseguir macacos às seis da manhã, para nadar no rio quando há tempo e para ver o céu nocturno a que ainda não me habituei.

Daqui até casa demorarei mais de vinte e quatro horas. Uma boa parte delas serão passadas no aeroporto de São Paulo, esperando. Uma senhora seca. Por uma boa causa. :)

4 comentários:

Jose Ruah disse...

Tenha uma boa viagem de volta, e os desejos que o tempo em solo Luso lhe seja suficiente para "matar saudades".

joao pestana disse...

ET GO HOME!!!

Inês disse...

Agora que vais estar uns dias sem as tuas amazing, deixo-te as palavras do meu amigo JLP. Descobri que ele tem myspace e, aí, links para os seus muitos blogs. Diz o senhor:
"Passei a manhã de hoje a ser fotografado num cemitério por uma fotógrafa americana, que tinha encontrado na Feira do Livro de Brooklyn e que, apesar de termos tentado combinar algo na altura, não conseguimos chegar a fazer uma sessão de fotos. Aconteceu hoje. É uma new yorker típica. Cada vez que passávamos por um cão a dormir, ficava muito preocupada e dizia muito séria que estava morto. Por várias vezes, vi-a a cheirar flores de plástico, pensando serem verdadeiras. Gringos serão sempre gringos."
Lembrei-me logo de ti.
Com todo o respeito pela tuas room mates :-)
É já amanhã que inicias a longa viagem?!
Besitos,
Inês

sara disse...

obrigada, ahí voy!

Inês,
"gringos serão sempre gringos", também me parece. Com todo o respeito por eventuais room mates. Gostei. :)
E sim, amanhã!
bjs